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A mostrar mensagens de janeiro, 2013

Estás bem?

Vê-se o grau de solidão de alguém pela forma como responde diante de um simples "estás bem?", sobretudo quando se sente do outro lado uma atenção que ultrapassa a mera cortesia. Às vezes, um "estás bem?" de quem espera uma resposta para além do banal "sim" ( é tão mais fácil...) que não diz nada é tudo o que precisamos para sentir que isto não é só fogo de artificio. Às vezes andamos tão distraídos.

Sem.

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(imagem retirada da net) Apetece-me a chuva: pesada,redonda, inequívoca, absoluta, inteira, limpa, lisa, só. Até que eu seja apenas um enorme arrepio molhado que caminha na rua cinzenta. Sem pensar, sem imaginar, sem nome nem verbo. Sem mim, só eu. Só.Eu. Só. Chuva.

Mulher não dorme...

Alguém devia dizer-lhes, como quem não quer a coisa. Para que soubessem que as mulheres são sábias, feiticeiras que sem bola de cristal adivinham coisas antes até de eles saberem que as sentem. Que as mulheres, qual Blimunda, os vêem por dentro, sabem ler no olhar, nas mãos, na forma como falam, nas palavras, nos suspiros e até nos silêncios. As mulheres sabem tudo. Sabem até que às vezes é melhor fazer de conta que não sabem. Por isso, não há mulheres enganadas. Há mulheres que se deixam enganar, o que não é bem mesma coisa. Alguém devia dizer-lhes. Para o caso de andarem distraídos.

De que és tu?

Somos da vertigem e do abismo. Atrás da normalidade e da convenção esconde-se (cada vez menos) o inconformismo, o desejo da mudança e a assunção da diferença. Somos do coração, do abraço, do sonho, das sensações, do sim e do não. Somos de uma matéria que não se esgota na palavra, na imagem, na máquina. Somos da luz e da sombra, acompanhados pelo eco da solidão que nos une e que por isso deixa de sê-lo. Somos isto tudo e o mais que eu não digo, pois somos?

Mais vale tarde... Obrigada! :)

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A propósito do dia do obrigado, gostava muito mais que criassem o dia do agradecido... Obrigado implica estar em obrigação, dever algo a alguém, agradecido (ou grato) pressupõe muito mais o lado voluntário de quem agradece e o lado desinteressado de quem dá...mesmo que eu diga muita vezes "obrigada" a pessoas a quem estou "grata/agradecida" e "obrigada" efectivamente.
Segredo é uma coisa que se conta baixinho.shiuuuuuu

Pode?

Não resisto a partilhar um dos momentos altos da tarde de ontem, entre escadas e disparos e flashes também houve tempo para um bocadinho de... teoria?!? Pode a arte mudar o mundo?

Coisas fofinhas

Paulinha é um nome simpático para chamar à mãe porque o nome dela é Paula e ela é pequenina. ♥

Sabes quantas estrelinhas...

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Do tempo em que cantava para não adormecer, de três em três horas, por causa de uma princesa com tendência para a regurgitação. Já a minha mãe nos cantava. Fui descobri-la no poço sem fundo do Google. E já a cantei- ouvido de filha perdoa desafinação de mãe. Até porque os corações estão afinadinhos... Boa noite, estrelinhas! ;)

Outros tempos

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"Aqueles sim, eram tempos de fome. Agora as pessoas queixam-se mas sabem lá o que era viver nessa altura."- eu fico a ouvi-la a descrever um Portugal à luz da candeia, com água da fonte, transportado a mula, a trabalhar de sol a sol, onde até o pão se poupava, porque havia quem não o tinha (e ía pedir aos vizinhos) ou quem para o poupar o fechava a cadeado. Não me fala da fome na primeira pessoa, mas conheceu-a à sua volta. E eu dou comigo a desejar que, para o bem de todos, esses tempos não passem nunca de memórias contadas pelos mais antigos. Mas por outro tempo, é importante que esses tempos se recordem, sobretudo junto dos que dizem que "no tempo do outro senhor é que era bom!"

Aldeias

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Eu não presto atenção nenhuma à publicidade. Zero. Exceto ao "all together now" da otimus que me faz ficar parada, a olhar para o écran. É a aldeia, como eu imagino as aldeias. Com velhinhas que têm rugas, cabelos brancos, se calhar mãos ásperas, habituadas à geada, ao calor, à água do tanque público, à meada da lã que se doba para depois a transformar numa camisola ou numas meias, cheirando a cozinhados, a sabão azul e a lareira, redondas e apenas aparentemente frágeis, como oliveiras milenares, bem dispostas, prontas a bailar e a cantar recordando outros tempos. De abraços apertados e beijos que fazem barulho, em vez de meros encostos de rosto inventados pelas senhoras da cidade. Estas velhinhas estão a desaparecer. Na sociedade que faz a apologia da juventude, onde todos tentam evidenciar uma idade aquém da cronológica, as pessoas permanecem visualmente jovens por muito mais tempo, por todo o tempo. E isso é justo, legítimo e digno de louvor. Mas o reverso da medalha é o f

Uma noção inovadora de música no parto

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Era suposto nascer a 13 de Janeiro, mas antecipou-se. E veio no último dia das férias de Natal. Entrada no hospital, disse à enfermeira que não queria epidural. Respondeu-me que nem que quisesse, as coisas já estavam muito adiantadas. " O seu marido que vá almoçar, quando vier já nasceu". E depois de 9 meses sem o ver pegar no cigarro, dei com um marido envolto em fumo no corredor, à espera.Disse-lhe que fosse almoçar, e ele foi. Não havia cá maridos a assistir a partos nessa altura, pelo menos não no hospital de S. João. E lá fui eu para uma sala onde estavam muitas camas, separadas por uma espécie de cortinados/biombos, onde ouviam gritos alheios. E fiquei absolutamente sozinha. Era uma da tarde, supostamente o bebé devia nascer depois da mudança de turno. A enfermeira que me recebera ainda passou por lá, e alertou que eu já vinha "adiantada" (já entrei com a dilatação praticamente feita- 10 dedos...). Mas nada. Foi meia hora longa. Eis senão quando passo