Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2013
Imagem
  Ouvido na rua, da boca de um miúdo com uns 3 ou 4 anitos, a respeito do Dizzy: "Viste, pai, aquele cão estava a andar com patas fofas". Dizzy Patas Fofas.

Gula

Gosto de broa de avintes. Simples. Com manteiga. Com marmelada. Com doce. Com leite simples. Com leite com café. Com café. Com azeitonas. Com sopa. Com carne assada. Com peixe. E imagino que na versão de sopas de cavalo (ou de burro) cansado também deve ficar bem. Por outras palavras, a lembrar: NÃO comprar broa de avintes. Mas enquanto a houver, sei bem quem a há-de comer! Bom dia! E viva o S. João
Passa o cão, ofegante, bola na boca. Seguem-no pai e filha, esta às gargalhadas. Corredor abaixo, corredor acima, sala dentro, à volta da mesa. Gargalhada geral. Entretanto acalmam. Vão os três jogar à bola no corredor. Ao que ouço estão os três empatados. Já não consigo imaginar a casa sem estas animações coletivas. Há bocado, diz-me a Sofia: "Nunca imaginei ter um irmão mais novo... Um irmão de 4 patas!"
Durante alguns anos trabalhei fora do Porto, logo o dia de S. João não era feriado, e invariavelmente havia o serviço normal do final do ano lectivo. Tinha a Beatriz 4 anitos, foi para a pré no dia 24 de Junho, um dia em que poucos miúdos compareceram porque tinham ido para o S. João. Quando a fui buscar a educadora confidenciou-me: "estivemos a falar do S. João. Dos martelinhos ainda me falou, ma s quando lhe perguntei o que era costume jantar respondeu-me espaguete com carne"... Tive que lhe dizer que esse fora mesmo o jantar da véspera. Daí em diante houve algumas sardinhadas, e cheguei até a assar sardinhas em casa, comprovando que o detentor de fumos é absolutamente ineficaz e que umas simples sardinhas conseguem perfumar o meu apartamento e o do vizinho de baixo. Ah, hoje não vou assar sardinhas. Tenho aí umas numa latinha, com cebola e azeitonas e broa de avintes... Lololololol
Ao longo do tempo as revoluções fazem-se pelo povo que é ultrapassado rapidamente por uma elite que se resolve a encabeça-lo e toma conta da revolução, no sentido de retomar o status quo limitando-se a substituir os cabecilhas. Não sou anarquista e por isso não defendo que o poder caia na rua. Mas ignorar a rua pode ser ainda mais devastador para um poder que se afirma representante da vontade do povo. Montesquieu falava dos perigos da acumulação de poderes. Nós constatamos que o poder pode ignorar as leis. O cidadão que ignora a lei é anarca e desobediente e incorre em crime, o poder que desdiz pela ação as leis que outros fizeram ou as muda a seu bel prazer para reforço das suas decisões é o quê? O contrato social não é uma teoria remota de Rousseau, é a base da democracia. Mas Rousseau também dizia que o Homem nasce naturalmente bom e a sociedade corrompe-o. O poder terá capacidade corrosiva extraordinária?
Imagem
Acabo de ver um ex-aluno meu na televisão. Vitorino Antunes, jogador do Málaga. Da minha direcção de turma no oitavo ano, o prof de Educação Física dizia que ele era mesmo muito bom. As notas ressentiam-se com os treinos, a mãe ameaçava tirá-lo do futebol. E eu lá tentava convencê-la a castigos alternativos. Passou de ano, não voltou a ser meu aluno. E mais de uma década depois, o Vitorino que para nós era Gabriel aparece-me no écran! Ainda bem que conseguiu concretizar o seu sonho!  

Mimos

Imagem

Mimos

Imagem

As greves

Imagem
  Os professores continuam a dar aulas, muitos inclusive a fazer revisões extra aulas para ajudarem os alunos a preparar-se para os exames. Os professores continuam nas escolas, alguns das oito da manhã às nove da noite (porque a greve rotativa obriga à permanência na escola). Os alunos conseguem fazer uma ideia das notas que em principio irão ter, e podem perfeitamente estudar com o nervosismo próp rio de quem vai fazer um exame. Os professores estão a perder dinheiro e a passar mais tempo na escola do que seria previsto. E vão ter muito mais exames para corrigir. (Acrescente-se que houve um tempo em que a correção era onerada, neste momento não) Os professores fazem greve pela dignidade cada vez mais atacada, pelas condições de trabalho e sobretudo contra a prepotência de quem claramente ainda não percebeu o quão errado está. Por todos os que se reformaram e reformam porque não pactuavam com um sistema injusto. Por todos os que vivem a angústia do "ano segu
Imagem
  Dizzy, capaz de roer um rodapé (embora não o faça há muito tempo), não consegue comer queijo fatiado, a menos que este esteja cortado aos bocadinhos. Pode?

Huuuuuum...

Imagem
Detectada humidade no roupeiro de um dos quartos, e usando um desumidificador, concluo que nasce água dentro da minha casa- e aos litros! Podia ser petróleo, mas enfim... (A questão é mesmo: de onde é que vem a dita cuja? E já agora quem está a pagá-la?
Foram os meus pais que abriram a conta. No Natal, na Páscoa e em dia de aniversário (sem esquecer outras datas festivas, como as comunhões) o que me ofereciam em escudos ia lá parar. Aos 18, a conta deixou de ter dois titulares (o segundo titular era o meu pai) e passei a gerir o pecúlio. Parte do dinheiro foi para tirar a carta de condução. Mesmo depois de casada, mantive aquela conta- é de cert a forma a conta mãe - e fui deixando sempre algum de lado. Chamava-lhe o dinheiro do desemprego. Afinal ficava desempregada em Agosto, não sabia quando voltaria a trabalhar e não me agradava a ideia de ficar dependente do salário do marido. Nessa altura os professores não tinham direito a subsídio de desemprego. Passaram os anos até efetivar. O "fundo para o desemprego" passou a ser o "fundo para o mestrado". Um mestrado ultrapassado pela maternidade e outras azáfamas domésticas e laborais. E agora, ao sentir a insegurança generalizada que recai sobre todos
Passou por mim, e involuntariamente dei comigo a sorrir-lhe. Porque me retribuiu o gesto, disse-lhe: -Acho que foi minha professora de Matemática. E fora mesmo. Há mais de um quarto de século. Ela a esforçar-se para se lembrar de mim, eu a olhá-la e a rever mentalmente a assinatura de letra redondinha e encadeada com que rematava os testes. Conversamos sobretudo do presente, daquilo que fazemos- eu no ensino, ela a usufruir da liberdade que a reforma lhe deu mas cheia de actividades e projectos. E por um bocadinho, eu voltei a ser a aluna que falava com a professora. Soube bem...
Imagem
Não sei quem me devolveu. Ou se simplesmente fui eu quem aos poucos, quase sem dar conta, regressou. Encontro-me e contudo às vezes chego a desconhecer-me, mesmo acabando por reconhecer traços do que fui. Nunca mudamos, em essência somos o que permanece. Mas são as idas e vindas que nos renovam o olhar e reacendem a esperança. Os que nos roubam e os que nos devolvem são forças do mesmo movimento. De (re)construção pessoal e de aprendizagem. Sempre...
Metro interrompido devido a acidente. Chegar à estação e ser recambiada para uma paragem de autocarro. Quinze minutos de espera sob um sol intenso, lá chega o dito cujo.À hora que devia estar a chegar a casa, estava no centro da invicta, a entrar noutro autocarro. Chegar a casa muito depois do que era suposto. Textos para escrever, testes para corrigir, testes corrigidos para digitalizar. Começo p ela última tarefa. À segunda página digitalizada, a impressora pára (eu gosto do acento no pára, lamento aos adeptos do AO) a meio, e desata a piscar. Não termina a tarefa, bloqueada. Para grandes males, grandes remédios. Desligo-a da tomada, volto a ligá-la e aviso-a que está proibida de entrar em greve sem pré-aviso. E em final de ano letivo, ameaço-a com os serviços mínimos, que são de momento quase serviços máximos. Ufa! Atirem-me água benta, que as que las hay andam por estas bandas. Ou mandem-me vir uma vassoura nova...