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A mostrar mensagens de setembro, 2013

Os Calimeros

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  Não tenho pachorra para pessoas chatinhas, que passam a vida a queixar-se das unhas encravadas, do sol, da chuva, do nariz entupido, do dia mau, do chefe mau, dos colegas maus, do restaurante mau, do vizinho mau e de todos os bons que conhe cera mas que afinal ficaram maus, e da pouca sorte, e das pessoas falsas, e blá, blá, blá. Destas pessoas que aparecem acolitadas de nuvens negras e quando chovem alagam os vizinhos, há que fugir antes que nos contagiem. Fugir. Calimeros, só nos desenhos animados mesmo.
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  Durante meses cultivei um otimismo militante. Insisti no copo meio cheio, no humor para combater as intempéries, na fé para aceitar os contratempos. Ultimamente sinto que se me falham os pós dos sorrisos. Não se trata de ser menos feliz, si mplesmente ando com menos paciência. Vejo injustiças a toda a hora, não consigo ser indiferente à quantidade de pessoas que sofrem, às doenças que não têm cura, ao desemprego que cresce, aos cortes constantes nos salários de quem trabalha, ao "chicoespertismo" militante, à mentira descarada, à indiferença, aos colegas por colocar, à forma como se trata a diferença, aos hospitais sem medicamentos, à ausência de rumo que tudo isto está a tomar. É isto. E desculpem lá se isto não é sobre a alegria de acreditar que no futuro tudo será cor de rosa. Aliás prefiro que assim não seja. Porque a verdade tem outros matizes, e isto não tem que ser sempre e só fogo de artifício. Já dizia FP, "às vezes é preciso ser infeliz para

Diz-me o teu nome, dir-te-ei onde te sentas...

Eu sou Paula, na escola sempre fui o número 20, 22, 24... Nunca ocupei por direito (na perspetiva da ordem da pauta) a primeira mesa da fila, quando ia lá parar era por conta da miopia. E nesta altura do ano, dou sempre comigo a pensar nas Anas que são as primeiras a apresentar-se, as que se sentam mesmo à beira do professor, as que vêm primeiro ao quadro ou têm que exemplificar os exercícios. Às vezes lá aparece um Alexandre ou uma Alda, mas regra geral cada turma tem umas 6 ou 7 Anas. A suspirarem por ser Tânias, Sónias ou Veras, sossegaditas, discretamente atrás, à espera da sua vez. Por isso, quando tenho apresentações de trabalhos ou questões ou outras coisas começo pelo fim da lista dos alunos, ou por um número à sorte. A trocar as voltas ao destino e em solidariedade para com a minha Ana, que por ter mudado de escola no ano passado pôde ser o vinte e qualquer coisa e volta agora ao número 1.