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A mostrar mensagens de novembro, 2014
Em modo de introdução à aula: como sabem, na Idade Média os bens passavam todos do pai para o filho mais velho. Pergunta imediata: "e se fossem gémeos?" Depois de esgrimir a dificuldade de sobreviverem gémeos na Idade Média, lá atalho com a resposta lógica ( penso que a científica é outra): o que nascia primeiro seria o mais velho. Retomo o fio condutor. Se o mais velho herdava tudo, o que podiam fazer os outros irmãos para conseguirem algo de seu, para manterem as suas regalias? As hipóteses poderiam ser ajudar o rei na conquista de terras, desempenhar cargos administrativos ou ir para o clero (esta era a pretendida, para justificar a ausência de vocação nos membros de tal ordem social).Resposta que ouvi: Então? Matá-lo!
Era tão fácil se fossem(os) todos um bando de acéfalos oportunistas viciados nos pequenos e grandes poderes, sem capacidade de questionar, de pensar, de provocar. Era tão fácil substituir o sonho pelas palas, o desejo de voar pelo conforto do rastejo. Era tão fácil dizer convictamente que cada um tem aquilo que merece, cruzar os braços num sofá qualquer perdido em clichés partilhados- "antigamente é que era bom"ou " agora estamos melhorzinho", " é a vida" ou o golpe de misericórdia que é o "nunca pior", haja saudinha". Mas não, há quem tenha muito valor e continue aqui, a lutar por um país melhor, mesmo tratado como cidadão de segunda, infantilizado, explorado, subalternizado. Um país que não merece os seus?