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A mostrar mensagens de março, 2015
Quando a lei de proteção aos animais saiu tive a ilusão de que estes passariam a ser tratados de outra maneira. Afinal constato que cada vez há mais abandonos, há cães que não são chipados, há donos que arrancam o chip do cão para não serem identificados, enfim, os maus tratos continuam. Se a lei vale alguma coisa quando um cão é maltratado por alguém que não o dono, quando de facto a negligência ou as agressões são feitas por quem deveria cuidar dele a lei acaba por ser inútil. Diante de alguém que bate num cão, a pressão pode levar a que simplesmente o cão "desapareça". O cão merece que se goste dele porque se gosta e não porque a lei obriga. Quem não gosta, nem com a lei lá vai. Mas as leis não servem de nada? Servem. Mas as mentalidades não mudam à velocidade da pena do legislador. E já agora essa história de continuarem a existir canis de abate (mesmo que adocem a realidade com a eufemística designação de eutanásia) parece-me absolutamente ilegal. Como se u
Não consigo deixar de acreditar que até ao lavar dos cestos é vindima. Não consigo pensar que findo o segundo período o ano letivo está acabado, e pouco mais há a fazer. Mas por que raio penso assim, ao fim de 20 anos disto? Serei apologista dessa coisa dos milagres de final de ano, tantas vezes com fatura paga no ano seguinte? Não. Embora já tenha visto quem soubesse aproveitar o milagre e quem, pela falta dele se perdesse. Mas não é por isso. É que se eu acreditasse que tudo estava definido, teria forçosamente que me questionar: então o que andarás tu a fazer no próximo período? (Ontem escrevi isto. Hoje tropeço nesta recomendação publicada... Ontem. Que coincidência! Mais desafios que se fazem à escola e aos seus intervenientes. Há muitos chavões a abandonar, paradigmas a questionar, posturas a corrigir e sobretudo preconceitos que cada vez mais impedem o sucesso... E o sucesso dos professores só pode ser o sucesso dos alunos- ou pelo menos o esforço feito no sentido
estado. 21:01 Houve um ano, na faculdade, em que resolvi que todos os cadernos haviam de ter, na primeira página, um poema. Este foi um dos escolhidos, não sei se para o caderno de cultura e mentalidades se para o dos descobrimentos portugueses. Navegar sem o mapa que faziam. Somos todos navegantes sem bússola, à procura de um rumo, construindo o nosso mapa. Com avanços e recuos. Às vezes à bolina, noutras ao s abor do vento. Entre o conforto da terra e o apelo de outros mares, às vezes somos os "homens sábios", noutras os marinheiros que vão sempre além. Aqui fica o poema- dia quatro: Navegavam sem o mapa que faziam (Atrás deixando conluios e conversas) Os homens sábios tinham concluído Que só podia haver o já sabido: Para a frente era só o inavegável Sob o calor de um sol inabitável Indecifrada escrita de outros astros No silêncio das zonas nebulosas Trémula a bússola tacteava espaços Depois surgiram as costas luminosas Silêncios e palmares frescor
O professor estava de semblante carregado. As notas da primeira frequência tinham sido más, não havia notas acima do 12. À tarde as ditas foram afixadas eu estava na sala nove ( acho que era nove, aquela sala em forma de L) quando o Carlos chegou à minha beira com ar comprometido e disse ( e agora escrevo como ouvi): Paula, "tivestezoito". Eu ri-me e respondi : "dezoito?!? Mas o professor disse que não havia mais do que dozes!" Aí ele repetiu. Oito. A minha única negativa nos quatro anos de curso, a teoria da história, que era aquela disciplina eliminatória, dizia-se - a disciplina que impedia alguns de irem para estágio no ano seguinte. Claro que fui falar com o professor. Simpático, pegou na minha frequência e foi vendo... A primeira resposta estava bem, a segunda muito bem... Eu sem perceber nada. E atalha o professor " só se falhou na parte prática". Quando chegou aí fez um "ah" e mais não disse. Percebi que a minha negativa v
Não percebo como se pode ser professor sem se gostar dos alunos. Como se pode, anos a fio, manter o mesmo registo, quando este claramente não funciona. Como se consegue trabalhar todos os dias com pessoas e não as cumprimentar no recreio, como se só os conhecêssemos na sala de aula. Não percebo. Nem como mãe nem como professora. E parece-me que os alunos também não percebem, mas sentem.