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A mostrar mensagens de junho, 2015

S. João

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Por cá o primeiro balão era suicida, ardeu antes de subir e o segundo... Bem o segundo era sentimental. Aqueceu, aqueceu, inflou, cresceu, e quando começou a subir resolveu que tinha saudades e rapidamente voltou a descer. Para a próxima mais vale comprar balões nos chineses, ouvi entre dentes. A produção nacional não anda muito dada a voos...  
Faço 44 anos. Tantos quantos os exames que me saíram na rifa. Ainda bem que não faço 65! UFA!
Por que é que a Turquia em inglês é peru? Isto confunde as pessoas!
Estava a imaginar. O exame de História A deve ter sido feito por uma professora que foi católica mas agora é marxista, feminista, provavelmente da variante de artes e cuja família veio das ex-colónias após a independência.

Oh captain, my captain!

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  Vocês são alunos de eleição. Únicos, especiais, irrepetíveis. São-no independentemente das notas que possam tirar no exame (e aqui acredito que irão dar o vosso melhor). São-no porque dão a cara, o tempo e o vosso melhor à escola e ao agrupamento. Porque fazem a diferença e são a diferença. Porque nunca me falharam, acolheram os mais novos, ajudaram colegas a estudar, participando em atividades se m pedir mais do que um sorriso. Porque foram muitas vezes o meu balão de oxigénio, a minha força e a razão para continuar e acreditar, nestes três anos que estivemos juntos. Foram os meus soldados, intrépidos e temerosos. Perfeitos? Não, humanos. Humanos, responsáveis, brincalhões, solidários, amigos, francos, presentes. Obrigada por todos os momentos que partilhamos.  
Encontrar um grupo de antigos alunos da escola que frequentamos, ver fotos onde reconhecemos dois ou três rostos e pensar " estão um bocadito velhos" (como se os outros fossem para nós o melhor dos espelhos) deixou-me a pensar que de facto não tenho muitas saudades da adolescência. Guardo boas recordações de algumas (poucas, chegam os dedos de uma mão, e ainda assim sobram) grandes amizades, guardo o amor que aí nasceu e dura até hoje, guardo momentos memoráveis na Radio Lidador da Maia, mas da escola, de facto, recordo sobretudo alguns professores. Se pudesse voltar atrás... Não voltava.
Dizer a um aluno que passa a vida agarrado ao telemóvel que há 35 anos nem toda a gente tinha telefone em casa, e se ia telefonar à cabine ou à mercearia ou aos correios é tão surreal como falar das relações feudo-vassálicas ou da legião romana. Mas pior, dei comigo a perguntar-lhes: vocês sabem o que é uma mercearia? É que eu não me lembro da última vez em que estive numa...
Um dia destes no autocarro, diz-me uma idosa: - Quando os filhos são pequenos, nós explicamos as coisas, quando ficamos velhos eles explicam-nos a nós. O meu filho quando pode, vai comigo. Se não pode, explica-me: vais por aqui, viras ali... Sorri. A consciência das coisas demonstrava que não estava tão velha assim. Entretanto chega outra senhora, senta-se ao seu lado. As duas de frente para mim. De um momento para o outro entra na conversa. Já tinha dado uma série de voltas no Dragão, logo de manhã, para fazer exercício. Retorquia a primeira "mas os joelhos não me deixam. Até já fui operada". Resposta pronta, "eu também fui operada! Onze vezes! (olhar convincente, como quem vinca a vitória, diante do encolher de ombros da primeira) E estou aqui! E a minha irmã que só tem 71 anos já anda aflita da coluna!" Dei comigo a pensar nestas duas idosas, desejosas de conversar, de terem atenção, de contarem a sua história. Estamos mesmo na era da solidão aco