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A mostrar mensagens de outubro, 2015
Cresci numa vila que podia parecer aldeia mas não o era. Tinha amigas que nas férias iam para os avós da aldeia. Eu, que vivia na mesma casa que uns avós e tinha os outros avós a menos de cinco minutos, pensava como seria bom ir para a aldeia. Ter uma aldeia, ser de uma aldeia. Quis o destino que a aldeia de Água Revés aparecesse na minha vida. O gosto pela aldeia deve ter sido algo genético- o meu sogro sonhava com o regresso à aldeia depois de uma vida feita de idas e regre ssos temporários, que passou de pais para filho e para as netas. E se calhar às vezes a genética e o coração conjugam-se, porque eu aprendi a gostar muito da paz, da natureza em estado puro, das pessoas que nem sequer nos conhecem bem e contudo são simpáticas e generosas, das surpresas escondidas em cada ida ao campo, como se houvesse sempre novidades à espera, do cheiro da aldeia, do ar que parece inchar os pulmões, do céu cheio de estrelas, do frio que enregela, do calor de fazer inveja a Mefistófe
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Quando uma editora chamada ariana publica um livro batizado como dieta de Auschwitz, resta-nos questionar o que anda na cabeça desta gente...
Não tenho por hábito apanhar a abertura do supermercado mas hoje foi o caso. Constatei que a terceira idade é madrugadora e gosta de compras bem cedo. Quando cheguei à charcutaria ia no número 32, eu era o 39. Estava uma pessoa a ser servida e outra à espera. O maior fluxo aglomerava-se entre o talho e a peixaria. Do 32 avançou sem clientes até ao 38. Percebi então a jogada: chegar cedo, tirar bilhetinhos de todos os sítios a que se quer ir e depois pedir um chicharro num lad o, meio quilo de lombo noutro e cem gramas de mortadela no terceiro, coxeando entre bancas, em modo pré-sincope, numa espécie de ginástica matinal perigosa. Esta aflição, este querer poupar tempo, esta falta de civilidade num supermercado que não estava sequer cheio deixou-me a pensar. É que habitualmente vejo esta faixa etária a criticar os atropelos dos jovens e afinal...

Sweet mood

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Os filhos

«Responda-lhe, não o instrua. Proteja-o, não o cubra. Ajude-o, não o substitua. Abrigue-o, não o esconda. Ame-o, não o idolatre. Acompanhe-o, não o leve. Mostre-lhe o perigo, não o atemorize. Inclua-o, não o isole. Alimente as suas esperanças, não as descarte. Não exija que seja o melhor, peça para ser bom e dê o exemplo. Não o mime em demasia, rodeie-o de amor. Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo. Não construa um castelo para ele, vivam todos com naturalidade. Não o ensine a ser, seja você como quer que ele seja. Não lhe dedique a vida, vivam todos cada um a sua. Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele OLHA para si. E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra... Ensine-o a viver sem portas!» Eugénia Puebla , "Educar com o coração":
Gosto de pessoas iluminadas. Daquelas em quem à partida nem reparamos, mas que ao fim de uns minutos de conversa nos conquistam com a sua alegria, a boa energia ou a personalidade original. Gosto de bom humor, de ironia refinada, de quem sabe brincar com as palavras. Gosto de pessoas desajeitadas, que dão vontade de abraçar, de fazer festas, de proteger. Gosto de pessoas que gostam de comida, de animais e de outras pessoas. Gosto de ir no metro a olhar para as outras pessoas e imaginar vidas para elas, como se todas fossem personagens do Grande Livro. Gosto de pessoas que gostam de cozinhar e de comer, gosto de ter receitas novas para experimentar. Gosto de dióspiros com canela, de castanhas assadas com lume a sério, de cerejas, de pão com fatias de manteiga, de pastéis de Tentúgal e de clarinhas de Fão. Gosto de cheiros e identifico pessoas ou momentos com perfumes. Às vezes não me lembro do nome de antigos alunos mas recordo-me da sua caligrafia. Gosto do ruído do chá

Bolo de cenoura e coco

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Aos que emigraram, aos que ficaram nos corredores dos hospitais, aos que nunca mais tiveram colocação numa escola, aos que não fizeram exames porque o médico não os pode pedir, aos que ficaram desempregados, aos que perderam apoios sociais, aos que perderam os seus rendimentos, aos que trabalham cada vez mais e ganham cada vez menos, aos que nem sabem como aguentam... Aos que a 15 de setembro sonharam mudar e encheram as ruas. Aos que lutaram para que nós pudéssemos escolher, participar, ser em liberdade, porque as portas que abril abriu não podem continuar a ser fechadas...

Experiência a repetir.

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3 anos de boas memórias e muitas experiências!

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