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A mostrar mensagens de outubro, 2016
Falamos de escravatura como uma coisa do passado ou de outras latitudes. Criticamos os que escravizavam, os que submetiam, os homens que compravam outros homens, achando que a cor da pele determinava a humanidade de cada um. Falamos da escravatura como sinal abjecto de uma civilização inferior. Depois, decidimos vidas alheias como se fossem nossas. Podemos condenar os outros ao que não querem, mesmo que pensemos que é para o seu bem? Sujeitar à nossa vontade? Escravo é o que não é livre, ou o que não pode usufruir da sua liberdade, mesmo que a tenha? Escravo porque explorado, porque sobrecarregado, porque sugado até ao último sorriso, à última vontade, à derradeira esperança. Escravo porque desrespeitado na sua maneira de ser. Escravo porque apoucado por quem lhe diz que não se apouque. Escravo porque revoltado diante de outros escravos que se desfazem em sorrisos falsos. Escravo porque é a vida, escravo do trabalho, das modas, dos juízos alheios, dos medos, escravo dos outros e de si
Chegar ao balcão e ter uma feijoada para degustar, ainda antes de ver a ementa. "Se soubesse que vinha, tinha feito rabanadas"diz o anfitrião, de sorriso sincero e acolhedor. Uma ementa cantada, onde os sabores tentam o palato. Cada qual pede a seu gosto. Delicio-me com migas de feijão frade com grelos e filetes de pescada, provo panados e bacalhau com natas...Ainda me aparece um bocadinho de vitela assada, muito tenra, para provar. Recomeçam as tentações. Pudim de chocolate com baba de camelo, bolo de chocolate com cerveja, bolo de bolacha e Pudim Abade de Priscos. Prova daqui e dali, tudo aprova com distinção. Cozinhar é uma arte, saber receber também, e quando ambos se conjugam sentimo-nos em casa de amigos. Mesmo ao balcão... 
Os portugueses preferem perder o seu  tempo a rir de quem canta mal a ganhá-lo ouvindo quem canta bem. É assim que  vejo o mais recente sucesso de uma Maria pouco leal à afinação...