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A mostrar mensagens de dezembro, 2014
Reflexo condicionado Entro na sala e automaticamente o meu Manel abre a boca. Diante da minha gargalhada diz ele: - Geralmente quando vens da cozinha trazes-me qualquer coisa...
Este natal não foi um natal de prendas- acho que foi o natal em que a árvore esteve mais vazia.Mas foi um Natal de afetos e de desafios, que permitiu ver a essência das pessoas (a qualidade dos marinheiros conhece-se nas tempestades) e sentir que não há bem material algum que pague o olhar, o abraço, os beijos e o afeto grato de quem nos reconhece. Um natal de consciência tranquila, em que Deus e steve presente e nos ajudou. E sobretudo um Natal que nos uniu aos quatro. E aqui tenho que dizer que estou orgulhosa, com todas as letras, das minhas filhas que demonstraram o tamanho do seu coração e a capacidade de lidar com a realidade com sentido de humor e espírito solidário. Vi nelas o que tenho tentado transmitir-lhes ao longo destes anos. E essa foi a melhor prenda de Natal que poderia ter!
Foi a professora de Psicologia, no secundário, que nos contou. Sobre a mesma turma, a uns professores disseram que os alunos tinham imensas capacidades, eram trabalhadores e motivados, a outros professores informaram o oposto, que os alunos não gostavam de aprender e tinham muitas limitações. Ao fim de uns meses, os primeiros diziam maravilhas das aprendizagens dos alunos, os segundos reforçavam a ideia de que o aproveitamento era fraco e nem valia a pena pensar muito no assunto porque os alunos eram limitados. A história ficou-me e até hoje sempre me recusei a reduzir o aluno a uma nota, ou a perguntar que nota traz de anos anteriores. Provavelmente na disciplina que leciono isso é mais praticável do que noutras - mesmo com o mesmo professor é possível ter negativa num teste é bom no outro, a diferença passa muitas vezes por estar atento e estudar. Mas penso que se me agarrasse a notas passadas ( minhas ou de outras pessoas) ía sentir que estava a limitar as possibi
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  Hoje inaugurei o novo livro de receitas. Devo-o ter há uns doze anos, prenda do dia da mãe da Beatriz, e finalmente chegou o dia de escrever nele a minha primeira receita. Mas ele já trazia uma receita logo na primeira página e é mesmo tentadora. :)
Depois de limpar a terceira inundação do dia, à espera de um técnico desde as duas da tarde e que diz que "já está a chegar", suspiro. Noutros tempos não havia nada disto. Eram as sabonárias, a roupa esfregada na pedra do tanque que se enchia a dar à bomba -e o tanque lá de casa era bem grande, dividido em dois, e dando possibilidade a várias pessoas de lavarem a roupa ao mesmo tempo. O que é que eu gostava de lavar? Passadeiras. Sobretudo quando tinha a companhia da Senhora Helena, uma vizinha que lá ia lavar a sua roupa. Ficávamos cada uma do seu lado, frente a frente, ela aviava a roupa toda e eu fazia festinhas na passadeira. Do tanque também guardo uma daquelas memórias contadas: pelos vistos bem pequenita, estava empoleirada na beira do tanque enquanto a minha mãe lavava a roupa e cai de cabeça na água. Se calhar é por causa disso que nunca consegui aprender a nadar...
Hoje tive uma experiência inédita: fui identificada pela polícia. Nome, data de nascimento, morada, estado civil... E dispara o Senhor Guarda: nome do pai? Nome da mãe? E pensei eu: então uma pessoa aos quarenta e picos ainda tem que dar o nome dos pais?!?! É que até me senti mais nova! :)
" Os animais escondem-se para morrer. Não têm medo e querem morrer sozinhos. Os humanos, pelo contrário, têm medo da morte e gostam de companhia. Os animais têm muita pena dos humanos e do seu medo. Por isso ficam junto deles, à espera. Mas os humanos não ficam junto dos que mais amam. Vão-se embora e deixam-nos morrer sozinhos." ( Teolinda Gersão, "Passagens"- curioso como meia dúzia de meses após o ter lido pela primeira vez, regresso a ele e é como se fosse a primeira vez, na (re)descoberta de novas leituras)