Apologia do nada

O nada pode ser muito bom. A ausência de tudo é a suprema liberdade, a tábua rasa, o primeiro degrau. Para aqueles que vivem assoberbados de tudo, asfixiados pelo excesso, ensurdecidos pelos imensos ruídos que se entrecruzam num cérebro que não consegue parar de processar imagens sucessivas , não haverá maior prazer do que um intervalo, por ínfimo que seja, do tudo. Um momento de puro ser. Ser, só ser, inspirar, expirar, vazio, só, pleno, inteiro, completo e absoluto Ser. Na sociedade apologética do tudo, é preciso saber apreciar o nada. Porque esse nada pode ser muito. Às vezes o nada aporta até um mundo de novos tudos...

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