Foi
há 10 anos, estava no centro de saúde, à espera de mais uma consulta de
saúde materna. Quando se está grávida, é comum perguntarem- nos se é
menino ou menina, e atalharem com um "'o que se quer é que seja
perfeitinho". Nesse dia, entrou corredor dentro um jovem que caminhava
com dificuldade, aparentando ter uma paralisia cerebral. Vinha amparado
pela mãe, que espelhava uma orgulhosa felicidade.
Passou entretanto uma enfermeira que lhes fez grande festa. Notava-se
no rapaz uma grande dificuldade em articular as palavras. Vinha visitar
uma médica, " dar-lhe uma palavrinha". A enfermeira lá os orientou,
entraram no consultório, e eu devia estar com um ar tão indiscretamente
atento que a enfermeira se virou para mim e perguntou-me " Sabe quem é?"
Não sabia, mas fiquei a saber. O jovem fora atropelado, e ficara tão mal que ninguém esperava que sobrevivesse. E agora ali estava. Caminhava, comunicava. E era o menino- troféu da sua mãe, que brilhava de alegria por tê-lo ali. Diferente do que fora. Mas vivo.Acarinhado. Amado. E eu dei comigo a pensar que isso do " perfeitinho" é um engano. Porque ser mãe deve ser amar os filhos, incondicionalmente, tal como eles são. Com a consciência de que tudo pode ser passageiro, menos esse amor.
Não sabia, mas fiquei a saber. O jovem fora atropelado, e ficara tão mal que ninguém esperava que sobrevivesse. E agora ali estava. Caminhava, comunicava. E era o menino- troféu da sua mãe, que brilhava de alegria por tê-lo ali. Diferente do que fora. Mas vivo.Acarinhado. Amado. E eu dei comigo a pensar que isso do " perfeitinho" é um engano. Porque ser mãe deve ser amar os filhos, incondicionalmente, tal como eles são. Com a consciência de que tudo pode ser passageiro, menos esse amor.
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