A propósito de outras guerras

Há dias em que olho à volta e ouço "quis saber quem sou, o que faço aqui". De pensar: mas o que ando eu a fazer? Há dias de alma nos pés. Mas depois há os outros dias. Dias de sorrisos, de "estou mesmo a perceber", de "gostei mesmo da aula", de sentir que vale a pena. De olhar para os jovens, agora a terminarem o 12º, que acompanho há 6 anos, que conheci com 11/ 12 anitos e agora têm 17/18, que lutaram, venceram estigmas e obstáculos, ultrapassaram dificuldades, e têm ido muito além daquilo que sonhavam. E são jovens atentos, que questionam o mundo e sabem dar opiniões sobre ele. Foi por todos eles que me alistei- os meus pequeninos, do 7º, os mais crescidos, do 12º,e os alunos dos cursos também... Mas há guerras no ensino que eu dispensava. Têm sido muitas as baixas (em sentido figurado e literal), muitos os que preferiram as penalizações de uma reforma antecipada à penalização maior de ver desmoronar tudo aquilo que correspondia ao encanto do ensino. Porque muito do que se fazia, era por gosto, pro bono, porque se acreditava, num clima de amizade e entreajuda. Na guerra que têm sido as sucessivas reformas do ensino, os danos colaterais têm sido de tal forma graves, que uma parte significativa do edifício está em risco. Mas os pilares que o seguram não o deixarão cair. Nunca.

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