A Senhora da Saúde

É a primeira romaria do ano, cá pelas redondezas. A festa de Nossa Senhora da Saúde, naquela que para questões de correios e de água é a freguesia onde vivo ( para os recibos da luz e no registo predial moro noutra, que fica mesmo ao lado). Bem, para cumprir a tradição lá passamos pela festa. E posso dizer que não me lembrava de ver tantos rostos tão tristes. Refiro-me aos vendedores. Olhos apagados, alguns com filhos pequenos ao colo, ou miúdos enroscados nos casacos, de olhar parado. Movimento maior junto de um ponto de venda de pão com chouriço, cachorros e bifanas, com um écran onde passava o jogo de futebol. Duas carrinhas com policias acolitavam o sítio. Atentos. A olharem lá para dentro. Nunca se sabe o que pode acontecer quando as pessoas se põem a comer cachorros!
Sigamos. Tudo em modo de banho maria. E já passava das nove. Exceçao para os carrinhos de choque, onde a explosão de abalroamentos suscita as risadas dos que estão a observar. Um grupo está a beber, vão rodando a garrafa entre eles. Uma miúda, ao meu lado, diz que tem medo de andar e pergunta-me se acho perigoso. Cabum! Observo a mais velha, desembaraçada no meio da confusão.
Ponto de interesse o aproveitamento de uma parte de uma casa de lavoura, perto da igreja, para vender flores e velharias. Desde o ferro a carvão, balanças, um rádio antigo ainda a funcionar, telefones, um garrafão ainda em palhinha, potes em ferro, entre outras coisas,tudo está exposto e à venda.
Se calhar até foi do frio. Ou porque as pessoas ficaram em casa a ver o jogo. Ou simplesmente já desistiram de ir a festas deste tipo. Certo é que esta festa já teve mais saúde!

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