Quando o desemprego ganha rostos deixa de ser estatística

A palavra desemprego mexe-me com os nervos. Porque sei o que isso é na primeira pessoa do singular, e na versão conjugal da coisa. E mesmo que possa dizer que neste último caso foram "só" seis meses (nem chegou a tanto), em que as filhas puderam ter um pai a tempo inteiro,em que o meu sogro teve um filho sempre disponível naqueles que foram os seus últimos dias, em que eu tive alguém com quem almoçar, que me levava e trazia da escola, apesar de nunca o ter visto esmorecer, entre as reivindicações (que as coisas não foram pacíficas) que meteram reuniões como os colegas, idas e vindas a/de Lisboa, as aulas de um curso que começara a frequentar nesse ano letivo, as entrevistas e os envios de curriculos, as idas à junta com aquela capinha das folhas com imagens verdes...
Por isso, acho que fazer descontos ao subsídio de desemprego é brincar. Como é brincar não atribuir subsídio a um dos conjuges só porque o outro está empregado e ganha alguma coisa. Afinal de contas descontou, certo? E não teve desconto nos descontos porque o conjuge também descontava, ou não?
Por isso, é bom ouvir isto. A ver se outros istos se juntam a ele!

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