Casulo

Há dias em que não nos apetece fazer nada. E é preciso contrariar a vontade da inércia, arregaçar as mangas, fazer das fraquezas forças e dizer ao corpo que não vai vencer e que somos bem capazes de não o ouvir mais até que sussurre "estou cansado mas fizeste um bom trabalho". Há dias em que as coisas não rendem, as palavras saem todas trocadas e as nuvens ameaçam os olhos a cada emoção que surge. E parecemos locomotivas a todo o vapor, feitas baratas tontas, com tantos destinos que é difícil escolher um rumo. E ficamos com mil tarefas começadas, outras tantas por terminar. Há dias que nos asseguram de que é preciso desligar. Time out. Pausa. Stand by. Stand by me. Devolve-me um bocadinho, deixa-me reencontrar-me no que sou pelo que fui e pelo que gostava de ser. Mas por uns minutos. Só. Depois, sair. Ver gente, falar com gente, sentir o pulsar, a vida e a energia das pessoas. Reaprender a estar com.A ouvir os olhares e as palavras. Sair dos teclados, de um virtual que é paliativo do que se perde pelo tempo que se desvia para ele. Voltar a ser completa, para se poder ser melhor, para se poder ser realmente feliz.

Comentários

  1. Há dias assim... cinzentos, onde não entra a luz do sol. É necessária muita força de vontade para dar a volta. Por vezes é quase impossível; mas lá no fundo encontramos a luz necessária para seguir em frente e ser feliz.

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