Gostar de gostar de ti

Gostei de ti sem saber porquê. Sabia que gostava e isso chegava-me. Clara vitória da intuição sobre a razão. Ou lembrar-me-ias de alguém, se calhar até fora isso. Gostamos de quem nos lembra outros de quem gostáramos? Depois foram chegando os sinais de que se calhar a intuição estaria errada. Não que fosses pior ou melhor, simplesmente não eras o que eu imaginara.(Ninguém devia dar-se ao trabalho de imaginar os outros). Mas do puzle que eras, conhecia meia dúzia de peças, as outras eram todas minhas, inventadas, encaixadas à força numa imagem que nunca fora tua mas era infinitamente melhor, pelo menos para mim. No fundo, enganava-me. E tu desenganavas-me. Mas eu preferia continuar assim. A preferir a personagem à pessoa. ( e isto não é autobiográfico, baseou-se numa certa tendência que as pessoas têm em querer transformar os outros em algo que eles não são)

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