Foram os meus pais que abriram a conta. No Natal, na Páscoa e em dia de aniversário (sem esquecer outras datas festivas, como as comunhões) o que me ofereciam em escudos ia lá parar. Aos 18, a conta deixou de ter dois titulares (o segundo titular era o meu pai) e passei a gerir o pecúlio. Parte do dinheiro foi para tirar a carta de condução. Mesmo depois de casada, mantive aquela conta- é de certa forma a conta mãe - e fui deixando sempre algum de lado. Chamava-lhe o dinheiro do desemprego. Afinal ficava desempregada em Agosto, não sabia quando voltaria a trabalhar e não me agradava a ideia de ficar dependente do salário do marido. Nessa altura os professores não tinham direito a subsídio de desemprego. Passaram os anos até efetivar. O "fundo para o desemprego" passou a ser o "fundo para o mestrado". Um mestrado ultrapassado pela maternidade e outras azáfamas domésticas e laborais. E agora, ao sentir a insegurança generalizada que recai sobre todos os docentes, dou comigo a pensar que ninguém está seguro ( não foi propositado, o vocábulo, mas agora que reparo melhor...). E mais vale começar a pensar em recuperar o fundo, antes que vire fundo perdido...

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