Foram
os meus pais que abriram a conta. No Natal, na Páscoa e em dia de
aniversário (sem esquecer outras datas festivas, como as comunhões) o
que me ofereciam em escudos ia lá parar. Aos 18, a conta deixou de ter
dois titulares (o segundo titular era o meu pai) e passei a gerir o
pecúlio. Parte do dinheiro foi para tirar a carta de condução. Mesmo
depois de casada, mantive aquela conta- é de certa
forma a conta mãe - e fui deixando sempre algum de lado. Chamava-lhe o
dinheiro do desemprego. Afinal ficava desempregada em Agosto, não sabia
quando voltaria a trabalhar e não me agradava a ideia de ficar
dependente do salário do marido. Nessa altura os professores não tinham
direito a subsídio de desemprego. Passaram os anos até efetivar. O
"fundo para o desemprego" passou a ser o "fundo para o mestrado". Um
mestrado ultrapassado pela maternidade e outras azáfamas domésticas e
laborais. E agora, ao sentir a insegurança generalizada que recai sobre
todos os docentes, dou comigo a pensar que ninguém está seguro ( não foi
propositado, o vocábulo, mas agora que reparo melhor...). E mais vale
começar a pensar em recuperar o fundo, antes que vire fundo perdido...
As Escolas do Meu Coração- O Cerco do Porto
Depois de, com o meu último post, receber já tantas e tão carinhosas mensagens daqueles que fizeram caminho comigo naquela que também é escola do meu coração, o Cerco, dei comigo a somar recordações em catadupa. Começando pelo início, mentiria se dissesse que não tive receio. Ou que foi muito fácil e tranquilo. Estava num TEIP que por algum motivo o era. Entrar com 11 turmas foi logo um desafio. Só não tinha duas turmas de 9º, todo o 3º ciclo estava comigo. Vantagens: adquiri um vasto conhecimento dos alunos, e pude conhecer a escola antes do choque com os Cursos de Educação e Formação- que não eram desafio menor. Isso e começar a desejar um bom fim-de-semana às 10 horas de segunda-feira (ter as turmas uma vez por semana tem destas coisas). No ano seguinte, quando comecei a trabalhar também com CEFs, parte dos alunos já me conheciam de outro contexto, o que facilitou bastante. Houve turmas muito complicadas, houve momentos em que me pareceu viver numa realidade paralela. Mas apren...
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