@ Braga
Agora
que as aulas/reuniões/ relatórios e afins pararam vou poder descansar e
fazer uma dieta(zinha) que aqui o michelin anda a insuflar a olhos
vistos, pensei. Certo? Não, errado! Ontem fomos passear para Braga.
Queria mostrar a Sé às miúdas, e aproveitar para ver a cidade nesta
semana santa. Senti-me quase estrangeira, dada a diversidade de línguas
que se ouviam nas ruas. Na universidade estava uma
exposição interessante sobre os 40 anos de Abril, com capas de jornais
da época, e os cartazes comemorativos. Ficou-me uma frase julgo que de
Carmona afirmando que a ideia de que a sociedade portuguesa não estava
preparada para viver a democracia era um mito. Quarenta anos depois o
comentário a esta frase dava uma boa pergunta num teste. Adiante. Ah, o
Michelin. Pois almoçamos no Silvas. O sítio em si não tem nada de
especial ou típico. Num centro comercial, balcão corrido, em U, no
centro o Sr. Silva e funcionários. E aqui começa a desgraça. Ainda
estava a sentar-me e já lá vinha um "miminho"- bacalhau com natas, (ou
rojões para quem não gostasse). Depois a ementa foi cantada. Percebi que
uma pessoa com falta de memória perde-se no meio de tanto prato, e a
vontade de pedir que cante "outra vez" só não leva avante por
consideração ao cantor. Bem, lá comi umas lulas, a ver se os danos não
eram tão grandes. E não seriam se depois não me tivesse trazido um
arrozinho de vitela com vitela assada, em versão degustação reforçada.
Bom, depois de três pratos pedi uma fatia fininha de um cheesecake de
manga e maracujá que me estivera a fazer olhinhos, e o Sr Silva resolveu
que era preciso "batizar-me", dado ser a primeira vez que lá ia.
Resultado, mais um bocadinho de pudim de abade de priscos que estava uma
categoria. Ainda ofereceu o melhor pão de ló do mundo, caseirinho, mas
já não conseguia comer mais nada. Resultado, para quem queria entrar nos
eixos, ontem foi mesmo dia de descarrilar. Mas a simpatia do Sr. Silva
assim como aqueles pratinhos todos ficaram gravados na nossa memória (
na afetiva e na gustativa). E no michelin também, mas isso não era para
dizer! Verdade, quando à tarde fui mostrar as ruínas sob o chão de vidro
na confeitaria das melhores frigideiras do mundo e arredores, resisti e
nem nadinha de folhados. E quem me conhece sabe que é preciso muito
peso na consciência para que tal seja possível!
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