Perfume

Primeiro era leve e ténue e quase
imperceptível. Como uma brisa perfumada, talvez. Depois foi aparecendo
mais forte mas ainda pouco persistente. Ia, vinha, e esqueciam-se dela
os que com ela se incomodavam. Um dia, tornou-se vendaval, inundou tudo e todos. Uns, aflitos, gritavam: que cheiro é este? Que fedor é este que nos sufoca sem piedade? E caíam, inertes.
Curiosamente, o que para uns era asfixiante, para outros foi o oxigénio
que lhes permitiu (re)viver. E essa brisa-perfume foi imortalizada. A
que cheirava? Cheirava a cravos...
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