Os
infanticídios não são um fenómeno do séc. XXI. Bem vistas as coisas,
temos até ao séc. XVIII (em alguns casos até mais tarde) uma mortalidade
infantil elevadíssima, a que não é alheia a morte provocada
voluntariamente ou por negligência, potenciada pelos parcos cuidados de
higiene e de saúde. Bebés enfaixados, bebés entregues a amas e criados
longe das mães ou deixados na roda. A passagem de bebé
a criança era um instante e o trabalho infantil era comummente aceite. A
criança era um adulto em ponto pequeno. Em época de casamentos
combinados por interesses, o amor conjugal era uma sorte mas o amor
materno/ paterno também o era. Quase um descomprometimento afetivo para
com os filhos que a qualquer momento morriam. Esta situação foi mudando
com o tempo. Vivemos em tempo de direitos. E contudo, pais matam filhos,
filhos matam pais, abandonos generalizados, como se à inexistência dos
afetos sentidos corresponda uma incapacidade mental de agir como é
suposto. Como se explica isto? Já há quem defenda que isso dos pais
gostarem da mesma forma de todos os filhos é um mito. Os pais tem
preferidos. Mas isso também explica que haja quem veja os filhos com o
absoluto desprendimento afetivo? Será que o instinto maternal é, em si,
um mito? Será que se perdeu com o processo de racionalização? E já
agora, o instinto paternal- porque se ouve falar tão pouco dele?
As Escolas do Meu Coração- O Cerco do Porto
Depois de, com o meu último post, receber já tantas e tão carinhosas mensagens daqueles que fizeram caminho comigo naquela que também é escola do meu coração, o Cerco, dei comigo a somar recordações em catadupa. Começando pelo início, mentiria se dissesse que não tive receio. Ou que foi muito fácil e tranquilo. Estava num TEIP que por algum motivo o era. Entrar com 11 turmas foi logo um desafio. Só não tinha duas turmas de 9º, todo o 3º ciclo estava comigo. Vantagens: adquiri um vasto conhecimento dos alunos, e pude conhecer a escola antes do choque com os Cursos de Educação e Formação- que não eram desafio menor. Isso e começar a desejar um bom fim-de-semana às 10 horas de segunda-feira (ter as turmas uma vez por semana tem destas coisas). No ano seguinte, quando comecei a trabalhar também com CEFs, parte dos alunos já me conheciam de outro contexto, o que facilitou bastante. Houve turmas muito complicadas, houve momentos em que me pareceu viver numa realidade paralela. Mas apren...
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