Contava o meu avô Domingos, nascido em 1914 e frequentador da escola ainda durante a primeira república que a sua professora, quando um aluno não sabia responder e outro sabia, punha este último a dar reguadas ao primeiro. Se desse devagar, para poupar o amigo, levava a seguir.
Contava a minha sogra que a sua professora uma ocasião lhe bateu por causa de uns erros num ditado. Como não era seu costume dar erros, a professora estava mesmo furiosa e foi tão eficaz que durante uns dias a minha sogra nem sequer se conseguia pentear, tais eram os papos na cabeça. Isto numa manhã, da parte da tarde a professora descobriu que afinal o ditado não era de minha sogra, mas de um primo cuja caligrafia era semelhante (e o apelido igual). Remate da senhora: da próxima vez que a minha sogra errasse, quem levava era o primo.
De facto eram outros tempos e outra escola onde a afirmação do poder e a violência andavam de mãos dadas.

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