Coisas das férias

O aviso era bem claro: proibido bolas, objetos de vidro, cães e "insuláveis" (assim, tal e qual, a semear dentro de mim a ânsia de vandalizar as placas de entrada na área da piscina e escrever um tímido "f"). Apercebemo-nos que a piscina funcionava pela noite dentro, pelos sonoros trinados que nos impediram o sono até às duas e meia da matina. Ainda assim, rebeldes, as minhas filhas lá rumaram bem cedo à piscina, de flamingo debaixo do braço, a ver se conseguiam a tão em voga fotografia de verão deste ano. Chegaram à dita antes das nove, estava absolutamente deserta. Passado pouco tempo, regressam à casa. O "senhor que trata da piscina" dissera-lhes que a piscina só abre às nove e não se autorizam insufláveis. Achei estranho que não tendo aparentemente hora para fechar, a piscina tivesse hora para abrir, mas enfim...Sabíamos que não eram permitidos "insuláveis", ponto. 

Depois de almoço, tocam à campainha. Era outra vez o senhor da piscina. Não podíamos ter as toalhas na varanda. Ninguém nos avisara, estamos aqui por uma semana... Pensei que iria fazer o mesmo aviso a outros habitantes do sítio, mas não. Continuo a ver apartamentos com toalhas na varanda. As nossas deviam ser mais coloridas e incomodavam a criatura. 

Fim da tarde na piscina. Miúdos  jogam à bola, dentro da piscina. O "senhor da piscina", o "Ucras"como carinhosamente o tratamos, passa agarrado ao corta relva, com protetor de orelhas, e faz vista grossa à infração. 

Começamos a perceber que há aqui qualquer coisa de estranho, como se as regras não fossem iguais para todos. 

A vontade era a de falar com o administrador do condomínio. Ah! Mas quem administra o condomínio é o próprio do Ucras, que pelo que nos disseram também arrenda alguns apartamentos. E estou em crer que esses, os seus caseiros, tornam-se a modos que invisíveis, eles, as suas bolas, as toalhas e o mais que lhes apeteça. Enfim...